sexta-feira, 31 de julho de 2009

Aleluia, inventaram a roda!

A roda é um instrumento de muita importância em nossos dias, mas trata-se de uma invenção que já conta com pelo menos 5.500 anos de história. Portanto, não há como alguém se levantar mais em qualquer época e afirmar: “inventei a roda”.
Inventar a roda hoje é um termo que tem um sentido pejorativo, pois se trata de inventar algo que já foi inventado há muito tempo.

O Bill Hybels descobriu a roda. É assim como interpreto o que está registrado na revista Cristianismo Hoje, edição nº 2 - dezembro-janeiro de 2007/2008, p. 27.
Hybels é pastor da Willow Creek Communit Churc uma das grandes igrejas destes dias que conta com mais de 20.000 membros e pelo menos 12 comunidades associadas, que promove um grande evento de formação de líderes chamado Leadership Summit.

Como ele inventou a roda? É simples!
Através de uma pesquisa que visava saber quais programas e atividades da igreja estavam realmente auxiliando pessoas a amadurecer espiritualmente e quais os que não atingiam essa meta. Hybels admitiu: “algumas das coisas em que investimos milhões de dólares, pensando que auxiliariam as pessoas a crescer e se desenvolver espiritualmente, não estavam ajudando tanto”. De forma enfática concluiu: “nós cometemos um erro. O que deveríamos ter dito e ensinado às pessoas quando elas atravessaram a linha da fé e se tornaram cristãs é que devem tomar responsabilidade por se nutrirem. Nós deveríamos ter cuidado das pessoas, ensinado-as a ler suas Bíblias entre os cultos, bem como, praticar suas disciplinas espirituais mais agressivamente, de forma individual”.

Em outras palavras, conclui a revista citada: “Hybels reconhece que o crescimento espiritual não acontece da melhor forma quando os crentes tornam-se dependentes de programações elaboradas pela igreja, mas através das práticas antigas, como oração, a leitura da Bíblia e a comunhão, ou seja, cultivando relacionamentos com o Senhor e com os irmãos”.

Precisava pagar uma pesquisa para descobri o que já foi ensinado na palavra desde o princípio? Jesus não já disse: “se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem coisa alguma?” Já não está registrado no livro de Atos que os irmãos do primeiro século “perseveravam no ensino dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações”? Já não está registrado que a responsabilidade é pessoal e que cada pessoa dará conta de seus atos e palavras diante de Deus?

À proporção que o tempo passa, nós nos afastamos da simplicidade de ser, do fazer discípulo, da comunhão, do estudo devocional da Bíblia, da oração pessoal, do discipulado um a um, a ponto de precisarmos de uma pesquisa para descobri o já descoberto. Trocamos esse tipo de vida pela estressante corrida institucional que visa sua preservação e não a libertação do individuo, através de programas e campanhas que nada tem haver com o permanecer em Cristo.

Jesus nunca incitou seus discípulos e nem a nós à participação de programas e mais programas para se manter no caminho. Ele simplesmente disse: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida”. Disse também que quando dois ou três estivessem reunidos em seu nome, lá ele estaria. Isso é igreja! Isso sim promove crescimento e maturidade espiritual.

Eu não creio em programas, em eventos, em shows e muito menos nas novas rodas inventadas. Creio em Jesus e no que ele disse. Creio na vida comunitária, nos relacionamentos, no discipulado. Creio que devo amar a Deus e ao meu próximo como Jesus me amou. Creio que crescimento é Deus quem dá e que o meu desafio é permanecer nele e quando eu consigo isso ainda é pela graça do Pai.

Enfim, não deveria haver mais quem inventasse a roda, mas entre os crentes tudo pode, afinal de contas os crentes contam com o “tudo é possível ao que crer” para tudo, até para inventarem a roda.

Aff!

Tomaz de Aquino

São Luis, 31 de julho de 09

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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Agindo Deus, quem impedirá?




Recentemente recebi este vídeo. Hoje, novamente recebi um email de um amigo me recomendando a palestra. Ricardo Godim, famoso pastor e pensador cristão postou o vídeo em seu site. Resolvi então dar uma chance ao vídeo. Sugiro que antes que leiam minhas pontuações que assistam ao vídeo do início ao fim.

O palestrante deixa claro sua visão acerca de Deus. Bastante claro até. No entanto, preciso dizer que não acho que ele tenha sido feliz em sua busca por respostas, como não é nunca feliz o homem que busca na árvore do conhecimento do bem e do mal a verdade acerca de Deus. Como diz Caio Fábio, a árvore do conhecimento do bem e do mal continua a ser o conhecimento a partir do qual as produções humanos se derivam.

É o que ele chama de “ Teologia da terra”, a teologia de Caim. É a tentativa de acessar a Deus por outro meio que não seja a fé. o Deus que Tom Honey apresenta parece ser fruto de uma consciência humana que ainda não se dobrou perante a fé; que ainda exige e demanda respostas ao “ você não deve comer do fruto proibido Adão”.

Tom Honey fala como quem exige respostas; ele fala como um Jó pós-moderno que ainda não passou pela experiência de que compreender Deus transcende em muito simplesmente explicá-lo. Para Tom, se não houver possibilidade de compreensão de Deus também não pode haver fé. Para ele, ter fé em Deus requerer antes de tudo, que nós possamos compreender Deus, mesmo que para isso tenhamos que criar um Deus que caiba em nossos sistemas de explicação. Tom esbanja academicismo e uma aparente humildade, mas, a meu ver, por trás disso tudo, há muito medo, arrogância, pretensão e , como eu já disse, um Jó pós-moderno. Um homem que quer por Deus no banco dos réus. O tom de todo o vídeo é um tom de que Deus precisa ser coerente e dar explicações sensatas a nós humanos, caso contrário ele não merece nossa fé. vejam o que C. S Lewis diz a respeito disso:
“ o homem antigo vinha a Deus ( ou até mesmo aos deuses) como o acusado perante ao juiz. No caso do homem de hoje, os papéis se inverteram. Ele é o juiz: Deus está no banco dos réus. Ele é um juiz bem generoso: se Deus tiver uma boa razão em sua defesa para ser o Deus que permite a guerra, a pobreza e a doença, estará então disposto a ouvi-la. O julgamento talvez até acabe na absolvição de Deus. Mas o fato importante é que o homem está no banco dos magistrados e Deus, no banco dos réus”. C. S. Lewis.


Esta foi a sensação que tive ao ver o vídeo. Nunca aceitei bem esta gana por explicações: primeiro , porque Deus não necessita dizer ao vaso porque assim o fez, segundo , porque prefiro ficar com a fé, até o fim. Ao que vencer, ou seja, aquela que permanecer com fé. Esta é a promessa de Apocalipse, “ ao que vencer”—ao que tiver fé. O homem sempre quer perguntar a Deus: “ como se dará isto?”. Esta foi a pergunta de Maria, a virgem. De Moisés, de Gideão e de tantos outros. Deus, como se dará isto? Pergunta incabível já que em todos os casos Deus já havia decido o seu decreto e , como sabemos, agindo Deus , quem impedirá.
Então, minha única resposta ao Tsunami, ou a todas as catástrofes diárias que vemos nos assolar, cujo Tsunami é só mais uma delas, seria:
Agindo Deus, quem impedirá.

Rafael Pinheiro

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Quando o templo é um mercado

(João 2: 12-17).

Jesus transformou a água em vinho. Com certeza evidenciando mais que uma demonstração de poder, uma profunda lição espiritual. A água da lei com Jesus vira vinho novo, o evangelho limpo. Água em vinho tem a ver com a alegria da presença. Sua presença é a possibilidade de milagre. Sua chegada traz alegria.

Saindo dali Jesus entra no templo e o purifica. Aqui também não é uma simples reação descontrolada ao que acontecia lá, mas sim, outra profunda lição espiritual. A purificação do templo representa a pureza da relação com Deus.

O templo era o centro da relação com Deus para os judeus. Jesus ao limpar o templo de forma tão dura e até incompreensível está tratando exatamente o processo dessa relação. E mesmo fazendo assim não está ratificando que o relacionamento com Deus é em um templo.
Ele está ensinando que em uma relação com o Deus vivo não se negocia, que no templo da presença de Deus não se faz troca ou barganha. Ensina que a relação com Deus não se dá através de um negócio, que a relação com Deus não pode ser tratada como um sistema de lucro pessoal.

Foi isso que aconteceu no templo da relação com Deus, não só no tempo de Jesus, mas hoje também.
Transformaram e transformamos a relação com Deus em um movimento religioso.
Transformaram e transformamos a relação com Deus em um sistema lucrativo, em uma mera instituição humana.
Transformaram e transformamos o lugar onde deveria ter sacrifícios, orações, devoção, adoração, em um lugar de troca e de venda.
Transformaram e transformamos a relação com Deus em um sistema de lucro pessoal.
Transformaram e transformamos a relação com Deus em um meio de ter as suas necessidades supridas.

No entanto o que Jesus diz é: “tirem estas coisas daqui”. Parem de fazer da casa do meu Pai um mercado.

Hoje é assim que acontece. Faz-se estelionato gospel. Vende-se o que não pode ser entregue, faz-se troca sem autorização. È oferecido o que não está em poder de ser feito. Tais estelionatos evangélicos se estabelecem também quando trocamos oração por campanhas, adoração por shows, generosidade por oferta de sacrifício, culto por ajuntamento solene.

É tempo de expulsarmos os cambistas e vendedores e revirarmos as suas mesas de trabalho do templo das nossas vidas. É tempo de limparmos o templo que somos nós e só assim também os templos chamados igrejas serão limpos.

Tomaz de Aquino


São Luis, 30 junho 2009

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