sexta-feira, 4 de junho de 2010

Por que os religiosos desejaram matar Jesus?

Um homem que fazia somente o bem não poderia ser alvo da morte? No entanto, foi isto que aconteceu com Jesus.
Jesus só fazia o bem. Curava os enfermos, libertava as pessoas de espíritos malignos. Sua mensagem trazia esperança a todos. Vivia boas obras!
Por que então os sacerdotes e outros religiosos desejaram matá-lo? Eles não tinham motivos justificáveis! Jesus não fundou nenhuma religião, não abriu nenhuma sinagoga própria, nem mesmo alugou um salão para suas reuniões, ou seja, não lhes oferecia alguma ameaça.

Será que não?
Os sacerdotes eram limitados não ação da religião. Viviam uma religião fria, inflexível, ritualista e, sobretudo, controladora. Mantinham o povo na dependência direta deles. Eles eram a “ligação” do povo a Deus, a possibilidade de receberem o perdão do Senhor.
Porém, Jesus viveu uma vida de elevado padrão espiritual e era admirado por todos. Pelos milagres que realizava diariamente as multidões que o seguia. Qualquer casa que Jesus entrava, estava sempre cheia (Marcos. 1: 33; 2:1; 3: 20). Jesus se apresentava como o caminho para chegar a Deus, intitulava-se como filho de Deus e algumas vezes como igual a Deus. Tudo isso era muito ameaçador! Este homem tinha que ser morto, assim pensava os religiosos.

Então decidiram matar Jesus!
Tomaram esta decisão porque consideravam Jesus uma ameaça para a posição deles, para o prestígio deles diante do povo e de Roma (João 11:48). Quando perceberam que o povo já não os buscava mais, cresceu a inveja. Seus corações diziam: “Há anos servindo a este povo e agora eles nos rejeitam por um filho de um carpinteiro? Não podemos deixá-lo crescer mais. É necessário tirá-lo do nosso caminho. Nosso prestígio está abalado, nosso sustento também. Logo esse povo não nos trará mais os dízimos. Como nos sustentaremos? De que viveremos?” A religião institucionalizada gritava por manter o seu status quo.

Muitos nos nossos dias repetem essa mesma estratégia.
Uns pelo mesmo desejo de manter o status quo, matam Jesus no evangelho e produzem um novo evangelho que aparentemente traz uma boa notícia. No entanto é algo a princípio é algo bom, mas que o fim dele é a morte.
Outros pelo mesmo desejo, ao verem surgir um novo ministério que de alguma forma ameaça o seu, então disparam a ordem interna: “vamos matá-lo”. Começa então o plano de morte: mentiras, calúnias, difamações, maldições. Não podem saber do sucesso de alguém que logo pensa que será ofuscado. O resultado interior: ”Vamos matá-lo”.
Gente assim tem a mente da escassez, com o seguinte pensamento: tenho o suficiente para mim mesmo. Caso abra alguma outra igreja pensam que vão perder seus membros, sua renda, seu prestígio. Então logo surge a decisão: “vamos matá-lo”.

Assim reeditamos os escribas, fariseus e sacerdotes da época de Jesus.
Estes são homens que, como aqueles, se tornam perseguidores e assassinos dos cristos de Deus nos dias de hoje. Suas principais marcas são: não reconhecem os seus limites, tem um sentimento messiânico, julgam ser a única ou a última revelação de Deus na terra. Por se acharem o máximo, imaginam que nunca virá alguém melhor ou maior. Porém, quando olham surgir alguém que na simplicidade prega apenas o evangelho que liberta o povo sem controles e manipulações, e que por essa mensagem atrai multidões, a inveja faz nascer um novo perseguidor, um velho fariseu.

Para não reeditarmos estes famigerados fariseus, escribas e sacerdotes, é necessário reconhecer tanto que, não há evangelho de verdade sem Jesus, que posição e reconhecimento diante dos homens não configura posição e reconhecimento diante de Deus, assim como esse mesmo Jesus está sempre chamando novos ministros que estejam dispostos a abdicar do status quo para simplesmente, ainda que na perseguição, pregar o evangelho da graça de Deus para romper as cadeias da manipulação e do controle exercidos pela religião institucionalizada.

Jesus não pode morrer novamente, mas podemos fazer da fé em Jesus um sistema frio e religioso assim, como podemos ser perseguidores dos novos cristos de Deus na terra. Podemos como novos fariseus, saduceus, escribas e sacerdotes matarmos profetas e adornarmos seus túmulos.

Que Deus nos livre disso!

Tomaz de Aquino

São Luis, 01 Junho 2010

Comunidade Casa do Senhor