segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Cobertura Espiritual


A cobertura espiritual é uma “doutrina” da modernidade evangélica que promete proteção aos que estão sob a guarda da instituição através do seu líder principal e àqueles que delas se retiram afirma ficarem expostos ao mundo espiritual e às ações de Satanás. Quem busca essa tal “cobertura espiritual” quer que um ser humano igual a si mesmo com todas as suas debilidades a maioria das vezes camuflada, seja a sua proteção contra os ataques do inimigo.

Como pode um ser humano ser proteção para outro se ambos são falhos, pecadores diante de Deus? De onde saíram estas idéias?

Os salmistas bíblicos tinham outras percepções sobre quem os protegiam: “De onde vem o meu socorro? O meu socorro vem do Senhor”. Criam que somente estamos protegidos “no abrigo do altíssimo”; e que também “se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda”.

Nossa proteção é estar ligado ao corpo de Cristo que tem Jesus como cabeça. No entanto, mesmo ligado a este corpo não estamos imunes a situações difíceis, ataques de Satanás, dores, perdas e frustrações. “A palavra que temos não é o “pare de sofrer”, mas é: “Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo.” (João 16:33).

Não precisamos de cobertura espiritual, mas sim de relacionamento saudável, companheiros de viagem nessa estrada com Jesus. Precisamos estar unidos uns aos outro porque “melhor é ter companhia do que estar sozinho. Se um cair o amigo pode ajudá-lo a levantar-se”. Esse companheiro de viagem é para ajudar e ser ajudado, amar é ser amado, compreender e ser compreendido, perdoar e ser perdoado. Não há maiores, somos iguais.

Se referindo ao sistema de autoridade de controle uns sobre os outros, Jesus disse: “Entre vós não será assim. Quem quiser ser o maior será o menor, quem quiser ser o senhor será servos de todos”.

Cobertura espiritual é apenas controle e manipulação criada por lideres inescrupulosos cujo projeto é fazer crentes bonsai, aqueles que não crescem e ficam sempre dependentes de suas palavras e suposta proteção. Quem busca este tipo de “cobertura espiritual” é na verdade gente que, devido a sua preguiça quanto às coisas espirituais quer transferir a sua responsabilidade de buscar a Deus, de orar, estudar a palavra e confiar no Senhor para tomar as suas próprias decisões, para outros a fim de não ser responsável por suas derrotas e assim ter a quem culpar.

Não creio em cobertura espiritual a não ser aquela que todos os que são seguidores de Jesus já possuem, ou seja, a proteção que vem do Senhor, aquele é “Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos”.

Creio apenas no “se Deus é por nós quem será contra nós?”, pois se Deus for contra nós quem será ao nosso favor?


Tomaz de Aquino


São Luis, 31 de outubro de 2011


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O Jesus que eu creio



Certa vez Jesus perguntou aos seus discípulos: “Quem os outros dizem que o filho do homem é?” Muitas eram as impressões: “Alguns dizem que é João batista; outros Elias; e, ainda outros, Jeremias ou um dos profetas”.

Jesus não estava preocupado com o pensavam ser ele, mas queria que seus discípulos soubessem exatamente quem ele era de verdade – “Quem vocês dizem que eu sou?” Pedro pela revelação do Pai afirmou: “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo”.

Esse é o mesmo desejo de Jesus para os discípulos de hoje, que saibamos quem ele é e não o confundamos com alguma espécie de jesus criado pela religião.

O jesus da religião é sem amor, é inflexível,  está disposto sempre a punir quem erra. É um jesus que exige sacrifício dos seus seguidores e que usa tais sacrifícios como matéria prima de barganha.
O Jesus da religião é um jesus utilitário que está à disposição dos crentes para realizar os seus desejos. É um jesus que para fazer o que quer os crentes pode até burlar contas em banco fazendo  desaparecer dívidas reais.

Eu creio que Jesus é o mesmo de ontem que fazia milagres e será assim sempre. Aquele que curou cegos, leprosos, paralíticos, ressuscitou mortos e que pode fazer tudo isto e muito mais ainda hoje.
Eu creio que é o mesmo Jesus cheio de amor que andou no meio de pecadores, que comeu com publicanos, que se recusou a fazer descer fogo do céu sobre uma cidade que o rejeitou e que deu a vida por todos indistintamente.

Mas não creio que Jesus o messias de Deus que viveu entre nós e não pecou, hoje está disposto a fazer qualquer coisa para avalizar a vida de líderes que prometem absurdos. Não creio que Jesus ratifica poder de amuletos qualquer que seja inclusive de tolhas mágicas que ao passar na fechadura de um banco faz sumir dividas.

Creio no Jesus de Deus o mesmo santo de ontem que não estava disposto a burlar nada mesmo que fosse a seu favor. Creio no Jesus que veio para buscar e salvar os que se haviam perdido. Creio no Jesus que sobre si estava a unção para pregar as boas novas aos pobres, para proclamar liberdade aos presos, recuperar da vista os cegos, para libertar os oprimidos e para proclamar o ano da graça do Senhor.

Quem é o Jesus que eu creio?
Ele é o filho do Deus vivo, é o messias de Deus para minha vida. É o caminho, é a verdade e a vida. Aquele que foi feito Senhor e Cristo. O alfa e o Omega, o principio e o fim.

Esse é meu Jesus! Esse é o Jesus a quem dou todo crédito!

Tomaz de Aquino

São Luis, 28 de outubro 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Vinte e cinco anos de diferença



Hoje fazem 25 anos que meu filho Filipe nasceu. Ele veio diferente!
A diferença sempre assusta, mas foi exatamente essa diferença que me fez um pai diferente. Talvez como um profundo discernimento inconsciente de que é um diferente na sociedade, Filipe sempre usa a palavra diferente.

O fato é que ele estabeleceu uma grande diferença, não porque ele é diferente, mas porque fez, faz e ainda fará muita diferença em nossas vidas.

À proporção que tempo passou, a verdadeira diferença se estabeleceu em minha vida.

Com sua diferença e sem nada saber em função da sua limitação cognitiva, se tornou em minha vida um mestre que tem me ensinado as virtudes que mais preciso, fé, esperança, amor e paciência. Ele tem me ensinado a contar os meus dias aprendendo com as experiências boas e difíceis o que me possibilita adquirir sabedoria do coração.

Celebrar vinte e cinco anos de Filipe é celebrar uma caminhada de aprendizado que mesmo com dor se tornou um grande presente, pois um mundo perfeito não é um mundo sem problemas, mas um mundo onde amamos a Deus a cima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmo.

Parabéns Filipe! Obrigado por proporcionar não só a mim, mas a sua mãe e irmãos a possibilidade de aprendermos a conhecer experimentalmente o que é amar de verdade.

Feliz vinte e cinco anos meu filho querido Filipe.


Teu pai


Tomaz, Pinheiro ou pastor velho


São Luis, 18 de outubro 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A morte de Steve Jobs


Steve Jobs é uma clara manifestação da graça comum de Deus que abençoa a todos com dons e talentos. Uns os multiplicam, outros os enterram. Graças a Deus que Steve Jobs não enterrou os seu.

Aos 56 anos morreu como o homem que mais influenciou a tecnologia de informação do nosso século. Além das suas criações deixou em um de seus discursos (http://www.youtube.com/watch?v=yw5fuDMblYg) um legado de princípios extremamente interessantes de serem aprendidos.

Ele aprendeu lições importantes com a iminente morte a ponto de afirmar: “Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.” [Steve Jobs]
Jesus nos ensinou isso muito antes quando disse: “Que perder a sua vida aqui vai ganhá-la”. Quem tem medo de perder vai perder mesmo, mas quem vence o medo de morrer viverá com Jesus.

Com suas palavras Steve Jobs não faz apologia à morte, mas a apresenta como necessária para que outros possam contribuir na construção do mundo.

Ele disse: “Ninguém quer morrer. Mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá. E, por outro lado, a morte é um destino do qual todos nós compartilhamos. Ninguém escapa. É a forma como deve ser, porque a morte é provavelmente a melhor invenção da vida. É o agente da vida. Limpa o velho para dar espaço ao novo”.

Jesus nos ensinou que a morte de fato não é o fim de tudo, é uma passagem para a vida eterna para aqueles que nele crêem. A morte para os que crêem em Jesus não é uma ameaça, pois foi vencida e na verdade ela oferece a oportunidade para que a ressurreição de Cristo se concretize em nossa vida.

“Quem crer em mim ainda que esteja morto viverá”. “Quem ouve as minhas palavras e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas passou da morte para a vida”.

Que a misericórdia de Deus alcance o Steve Jobs, e nós os que estamos vivos, vivamos sabendo que mesmo que haja iminente morte depois dela vem a vida eterna com Deus.

São Luis, 06/10/11

Tomaz de Aquino