quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O melhor de Deus está por vir. Será?

Muitas frases são criadas como frases de efeito não para falar da verdade, mas para falar da verdade de quem a criou. Esta é mais uma delas.

É uma das famosas citações da modernidade evangélica, produto de uma verborréia desprovida da verdade do evangelho. Ela representa não fé em Deus, mas uma “teologia” triunfalista. É triunfalista porque induz quem acredita nela, esperar o melhor pra sua vida em termos naturais, financeiros, físicos, emocionais. O melhor de Deus a que se referem tem a ver com posição, com carros, com o seu próprio bem estar, com prosperidade. Ela está diretamente ligada ao que chamam de “teologia da prosperidade” e é resultante de canas de braço aplicadas sobre texto do tipo: “comereis o melhor da terra” e “o Senhor nos colocou com cabeça e não como cauda”.

É uma frase que traz como mensagem embutida, que Deus tem algo melhor do que já foi feito até hoje à humanidade. É uma idéia bonitinha, no entanto absurdamente herética já que o melhor de Deus para nos já nos foi enviado e é Jesus Cristo. Nada que possamos ter, receber, conquistar ou possuir será de longe parecido como o que Jesus nos trouxe.

A única verdade que pode ser tirada desta frase é se for usada para dizer que o melhor da imagem de Deus em minha vida ainda está por vir. Isso porque nosso propósito é ser transformado em gente parecida com Jesus e ainda falta muito em nós e com certeza só alcançaremos na eternidade.

É preciso aprender o que disse o apostolo Paulo: “Mas o que para mim era lucro, passei a considerar como perda por causa de Cristo. Mais do que isto, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo, por quem perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele”.

Se Paulo chamou todo seu lucro, tudo que lhe era muito precioso de cocô o que ele chamaria esta frase “o melhor de Deus está por vir”?

Eu chamo de uma falácia manipuladora de fins escusos usada em beneficio pessoal a fim de manter um povo cativo que alimenta a avareza, a cobiça, promovendo riqueza de uns e miséria de outro, e que fomenta alienação e, sobretudo, um foco nesta vida levando o incauto a perder de vista o eterno.

Então como posso chamar tal frase. Nada mais do que CoCô.

Tomaz de Aquino
São Luis, 19 janeiro de 2012