quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Prometeismo Evangélico

Prometeu é um personagem da mitologia grega. Sua estória tem aspectos interessantes. Conta-se que em certa ocasião Zeus, o rei dos deuses, soberano do Monte Olimpo e deus do trovão, privou o homem do fogo - simbolicamente , da inteligência - tornando a humanidade "ignorante". Então Prometeu, o benfeitor dos homens roubou uma centelha do fogo celeste e a trouxe à Terra, reanimando os mortais. Por isso Zeus resolveu punir com mais rigor a humanidade e seu protetor. Prometeu foi punido de forma terrível: foi acorrentado com grilhões em uma coluna e tinha o fígado "roído" durante o dia por uma águia e, à noite, o órgão se regenerava. Zeus jurou que jamais o libertaria daquela prisão.

A figura trágica e rebelde de Prometeu é uma espécie de símbolo da humanidade, e sua estória tem se tornado também um arquétipo da história de líderes evangélicos no que diz respeito a usurpação do fogo divino.

Os líderes, especialmente os das grandes corporações evangélicas, são os “prometeus” da pós-modernidade, os estelionatários da religião, aqueles que roubaram ou pensam que roubaram o fogo de Deus e saem comercializando-o. Eles se consideram possuidores dos poderes de Deus a ponto de decretarem, determinarem que assim seja feito. Como “controladores” do poder divino acreditam poder determinar quando, onde e a quem será abençoado ou até amaldiçoado.

Os “prometeus” a cada dia buscam mais status no mundo da religião, quase crendo que quanto mais alto na hierarquia mais poder terão a ponto de serem capazes de reeditarem a palavra criativa de Deus – “Haja”. Esquecem-se, no entanto de que quem desejou o lugar de Deus foi transformado em diabo.

A verdade é que o poder pertence a Deus, o ungido é Jesus, as operações de milagres são do Espírito Santo de Deus. Precisamos trazer de volta a simplicidade da fé que acredita que um homem não pode receber nada se do céu não for lhe dado, que os maiores serão os menores, que o caminho de Jesus é o caminho da cruz e não do topo ou do sucesso e que ser grande no Reino de Deus é ser humilde e que tudo tem se apresentado, pedido ou decretado com a frase final “se Deus quiser”.

O prometeista esqueceu que “mais vale conquistar o seu Espírito do que conquistar uma cidade”. Esqueceu, sobretudo que os estelionatários do poder de Deus serão punidos de forma dura e da prisão onde forem lançados não sairão até que paguem o último “centavo”.

Tomaz

São Luís, 25/10/10

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terça-feira, 21 de setembro de 2010

O Corpo de Cristo

A metáfora do corpo de Cristo empregada por Paulo foi confundida com uma grande estrutura institucional, uma engrenagem religiosa com seus rituais e práticas consagradas como divinas, mas também foi confundida com um sistema de arrecadação e promoção de status e hierarquias.

Com essa ideia, a igreja passou a ser representada por uma multidão reunida e algumas delas em alaridos e frenesi. Passou a ser representada por líderes narcisistas e megalomaníacos que, em busca dos seus sonhos e visões não medem esforços, usando quaisquer meios, desde que cumpram os seus fins desejados, que a maioria das vezes são apresentados aos seus incautos seguidores como sendo tudo “para glória de deus”.

No entanto, a ideia do corpo de Cristo era somente uma analogia ao modo de viver de Jesus na terra. O corpo de Cristo é assim definido apenas para representar pessoas dirigidas por Cristo andando sobre a terra como Cristo andou e vivendo como Cristo viveu. Não seria somente uma multidão, mas também quando dois ou três estivessem juntos em qualquer lugar, desde que a reunião fosse em nome de Jesus. Somente isso!

Mas o corpo de Cristo foi transformado numa engrenagem de manipulação econômica financeira, um agente de fomento de status fazendo com que membros desse corpo atribuam para si maiores privilégios em detrimento dos demais, se fazendo superiores e mais necessários. Pior! Reduzindo a igreja em uma estrutura, a um sistema, levamos as pessoas a buscarem uma espiritualidade consumista em vez de negar a si mesmo como é a proposta do evangelho.

Jesus, porém disse: “entre vós não será assim”- Um não governará sobre o outro, o maior será sempre o menor e o primeiro será o último.

A verdade é que a igreja, o corpo de Cristo é além de coluna e baluarte da verdade, é apenas um grupo de pessoas, homens e mulheres que se reúnem para adorar, se fortalecerem e depois ser sal da terra e luz do mundo.

Só isso! Nada mais!


Tomaz de Aquino


São Luis, 21/09/10

Casa do Senhor

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Política na Bíblia

O simples pronunciar a palavra política, já causa arrepios em muitos, alguns até, acendem em suas mentes, luzes vermelhas de advertência. Os paradigmas “a igreja não deve se envolver com política” e, “religião e política não se misturam”, são os principais norteadores do pensamento evangélico quanto à política.  Alguns mais influenciados por esses paradigmas dirão: “a palavra política não consta nas escrituras”, enquanto que outros mais tendenciosos afirmarão: “tudo na Bíblia tem a ver com a política”.


Ambas as correntes tem fortes e comprovados argumentos, é claro, cada um segundo sua ótica, mas todos alicerçados na Bíblia. Portanto, diante destas correntes como nos posicionar? Qual delas aderir? Os extremos são perigosos, por isso alguém já disse que o ponto de equilíbrio não está no meio, mas em algum lugar entre os dois pontos.

Que partido tomar? Veja só, já estamos falando em partidos, parece que a política está onipresente. Calma, não é dos partidos políticos que nos referimos, mas de qual posição estaremos mais próximos? Entenda, mais próximos, não unidos.

Creio que os adeptos dos extremos o fazem por desconhecerem ou conhecerem o termo política de forma equivocada. Vamos entender o que significa a palavra política.

Podemos conceituá-la de forma ampliada ou mesmo de forma mais convencional. Pela forma ampliada, a palavra política denota a vida da cidade(polis) e a responsabilidade do cidadão(polites). Tem a ver com o todo na nossa vida em sociedade. É a arte de viver juntos em comunidade.
De forma mais convencional, política é a ciência de governar; é a preocupação com o desenvolvimento e a condução de negócios que interessam a um Estado, maneira de conduzir um Estado.
Com o passar dos tempos, foram sendo agregadas novas tendências para o conceito da política, ou seja: busca por interesses particulares, partidarismo, busca pelo poder (transformando-a em um campo de troca de favores), um fisiologismo institucionalizado.

Sob essas perspectivas é que analisaremos a política na Bíblia.
Segundo as formas ampliada e convencional do termo, podemos afirmar que a Bíblia é um livro que trata de política, não sob a perspectiva do homem, mas sob a perspectiva de Deus. Em primeiro lugar, sendo Deus criador, criou entre tudo, a ciência que inclui a política. Deus definiu a política do homem na terra, ou seja, este deveria governar sobre ela, sujeitando-a. Ao criar o homem e dar as suas primeiras ordens, Deus já o estava na política. Ele queria na terra um governo que refletisse o seu, do céu. A própria forma de Deus criar a terra é extremamente significativa. Ele primeiro cria os reinos (luz, céu, águas, terra, mares), depois cria os reis para governá-los (luzeiros - sol, lua e estrelas, aves e peixes, animais). No final criou aquele que seria o representante do Seu reino na terra e, por conseguinte rei sobre tudo, o homem. Desta forma estava clara a intenção política de Deus através do homem.  

Só por estas afirmações, já seriam suficientes para ver presente na Bíblia a política. Contudo podemos ainda ver mais: Deus queria um povo, que seria sua nação, um reino de sacerdotes, contudo, este preferiu admitir para si uma política de um reino igual ao da terra.
Mesmo sendo Senhor absoluto de tudo e todas as coisas, Deus sempre respeitou a terra com seus governos e políticas. Por isso utilizava os meios e poderes instituídos quando queria interferir na terra. Levou o próprio Faraó a ordenar a saída do povo de Israel do Egito, usou a política da Babilônia para preservar o reino do sul que seria o remanescente de Israel, usou o rei Artaxerxes para a reconstrução do muro e a volta do povo para Jerusalém. Deus também criou algumas instituições de governo entre seu povo e outras admitiu, tais como: O templo e o sacerdócio.

A última ação política de Deus na terra foi enviar seu filho Jesus Cristo, que seria Ele mesmo habitando conosco em comunidade. Esta sim, a grande política de Deus, a arte de viver junto com a sua criação, daí Jesus trazer no seu nome, Emanuel que significa Deus conosco. Agora seria a vez de Jesus continuar a política de Deus. Por isso chegou dizendo: “É chegado o reino de Deus”. Política de novo? Sim, mas a pura política de Deus.

Mesmo sendo clara a ação política de Deus na terra, não podemos afirmar que Ele fez a política segundo o que chamamos as novas tendências, ou seja, busca de interesses, busca pelo poder, partidarismo. Jesus em nenhum momento se envolveu com este tipo de política. Ele não fundou nenhum partido político, não organizou qualquer protesto. Nada fez para lutar contra a política de César ou Pilatos ou mesmo Herodes. Mesmo tendo a multidão que o seguia recusou a carreira política.

Esta foi uma das grandes diferenças entre Jesus e Gandhi. Enquanto Gandhi desenvolveu uma política de salvamento da Índia do poder britânico por meio da desobediência civil sem violência, Jesus desenvolveu a política de salvação do homem dando a sua vida, sem, no entanto, envolver-se com qualquer governo instituído na terra.

Poderíamos falar ainda muitas coisas, mas nunca provarmos que Deus usará a política instituída para alcançar seus objetivos entre nós. Ele, contudo, respeitará o sistema que o próprio homem criou, mas não se limita ou se submete a ele. O interesse de Deus é transformar o coração do homem, e não usará a política para fazê-lo, pois o plano já foi traçado e cumprido, ou seja, Jesus Cristo, Seu filho.

Enquanto entre os homens o processo de solução para todos os problemas é político, para Deus o processo não o é. Esta ideia de que o processo político é verdadeiro, tanto que o anticristo vai se utilizar dele para alcançar o poder. Ele se aproveitará do processo político para implantar a política do reino do seu pai Satanás. Salomão falhou como homem de muitas formas, mesmo sendo um sábio, mas um dos seus maiores erros foi como um político, pois transformou Israel em uma grande potência, quando Deus queria que fosse somente seu povo e nada mais.

Creio que este é um erro em que muitos líderes caem, mesmo visando a implantação do reino de Deus, lutam para transformar sua igreja em uma grande potência, quando Deus a quer somente como sendo o corpo de Cristo, o povo de propriedade exclusiva, uma nação santa e de eleitos, a fim de viver com este em uma comunidade eterna onde todos experimentarão a verdadeira política, que ele queria implantar no início de todas as coisas.

Ainda que a política seja necessária para o sistema de governo na terra, a fim de evitar que a anarquia e o caos se instalem em uma nação, não cremos que o processo de fazer discípulos em todas as nações conforme a ordem de Jesus, dependa do sistema político instalado.

Não pregamos a ausência da Igreja na política ou um afastamento dos políticos. Não! Somos sal e luz da terra, portanto, sal e luz da política. Faremos então política? Sim, contudo aquela que Deus idealizou: implantação do seu reino na terra, fazer conhecidas, Sua lei e Sua vontade. Deus deseja que façamos a Sua política, conforme nos ensinou Jesus: “Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”.

Tomaz de Aquino

São Luis, 06/08/10

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Deus existe mesmo?


Todos os dias estamos assistindo tragédias e mais tragédias que hoje já aconteceram em todos os continentes. São, além das já costumeiras cenas de crimes hediondos, prisões de figurões, corrupção, tráficos e outros crimes, os gritos da natureza através de terremotos, maremotos, furacões, deslizamento de morros, enchentes, chuvas além da medida corrente.

Nestes últimos dias alguns municípios dos estados de Alagoas e Pernambuco foram arrasados pela enchente dos rios que correm nestas localidades. São cenas chocantes. Uma senhora entrevistada disse: “Nossa cidade se acabou, perdemos tudo, nossos sonhos, nossa casa, o futuro de nossos filhos”.

Um homem na cidade de Barreiras em Alagoas onde se deu uma das maiores destruições disse que não acredita que havia Deus nessa terra, mas ao sobreviver diante da tragédia que assolou sua cidade, acreditando que foi uma intervenção sobrenatural, afirmou: “agora eu creio que existe Deus na terra”.

A minha mente se encheu de perguntas: Será que para crermos em Deus precisamos experimentar dores, perdas ou tragédias? Será que precisamos presenciar alguma ação que admitimos ser sobrenatural para afirmar a existência de Deus?

Quando olhamos para o mundo em que vivemos e buscamos a firmação da existência de Deus além das que Ele mesmo deixou, ou seja, a natureza, o firmamento, os animais, as árvores e, sobretudo o ser humano feito como Ele mesmo é, não teremos muitas respostas satisfatórias.

Quando vemos todos os dias tragédias, desastres ecológicos, injustiças, terremotos, enchentes, vulcões praticamente extintos entrando em erupção, e por acreditar que se Deus fosse Deus mesmo Ele teria a obrigação de interferir nesse curso desordenado da natureza, só resta dizer Deus não existe.

Poder afirmar a existência de Deus somente depois de enfrentar grandes perdas e dores ou presenciar de alguma forma um livramento sobrenatural, um milagre não será uma tentativa de enquadrá-lo em um sistema de intervenções que provam ou não a sua existência?

Muitos céticos de séculos passados já quiseram de muitas formas negar a existência de Deus por não saber explicá-lo. Negavam a existência de Deus imaginando-o um ser superior ao homem muitas vezes mais, contudo sendo finito o suficiente para poder a mente humana explicá-lo.

Mas como explicar Deus? A mente humana não consegue mensurá-lo!
Deus é Deus e não precisa provar nada pra nada afirmar a sua existência. Deus é Deus intervindo ou não na vida humana ou na natureza. Ele mesmo disse: “Eu sou”.

A inexistência de Deus só cabe na mente daqueles que querem entender tudo, explicar tudo, dar uma razão para tudo que acontece nesse mundo, seja com os homens seja com a natureza.
Deus não é um homem superior aos homens. Portanto nenhuma referência pode ser tomada dos homens para tentar explicá-lo. A justiça dele não tem precedente nem na mente dos mais espirituais. A Sua justiça perdoa Manassés que queimou filhos em sacrifício, mas exige de Oséias que case com uma prostituta para ser uma espécie de analogia do seu amor a Israel. A justiça dele fere a si mesmo exigindo a morte do seu filho para não ferir de morte eterna os demais filhos criados por ele, os seres humanos.

Fomos feitos para duvidar de nós mesmos e não de Deus. Se lá no Éden os nossos pais tivessem duvidado deles mesmos, não teriam duvidado de Deus que disse que se comessem daquele fruto morreriam.

Deus existe mesmo que não o entenda, mesmo que ele não aja como desejo, mesmo que o mundo, a natureza e o homem fiquem fora do controle. Não há como sonda a mente de Deus, somente o Espírito de Deus pode esquadrinhá-la.

O escrito C.K.Chesterton já em 1908 disse: “Aceitar tudo é um exercício, entender tudo é uma tentação. O poeta apenas pede para pôr a sua cabeça nos céus. O lógico é que procura pôr os céus dentro de sua cabeça. E é a cabeça que estilhaça”.

Concluo com uma pequena paráfrase do profeta Habacuque: “Ainda que nada dê certo em minha vida, seja com os negócios ou mesmo com a família, eu continuarei crendo em Deus e me alegrando com Ele por causa da minha salvação, pois Deus é a minha força e não me permite ser inferior aos meus próprios dramas e problemas”


Tomaz de Aquino

São Luis, 23/junho/10

Casa do Senhor

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Por que os religiosos desejaram matar Jesus?

Um homem que fazia somente o bem não poderia ser alvo da morte? No entanto, foi isto que aconteceu com Jesus.
Jesus só fazia o bem. Curava os enfermos, libertava as pessoas de espíritos malignos. Sua mensagem trazia esperança a todos. Vivia boas obras!
Por que então os sacerdotes e outros religiosos desejaram matá-lo? Eles não tinham motivos justificáveis! Jesus não fundou nenhuma religião, não abriu nenhuma sinagoga própria, nem mesmo alugou um salão para suas reuniões, ou seja, não lhes oferecia alguma ameaça.

Será que não?
Os sacerdotes eram limitados não ação da religião. Viviam uma religião fria, inflexível, ritualista e, sobretudo, controladora. Mantinham o povo na dependência direta deles. Eles eram a “ligação” do povo a Deus, a possibilidade de receberem o perdão do Senhor.
Porém, Jesus viveu uma vida de elevado padrão espiritual e era admirado por todos. Pelos milagres que realizava diariamente as multidões que o seguia. Qualquer casa que Jesus entrava, estava sempre cheia (Marcos. 1: 33; 2:1; 3: 20). Jesus se apresentava como o caminho para chegar a Deus, intitulava-se como filho de Deus e algumas vezes como igual a Deus. Tudo isso era muito ameaçador! Este homem tinha que ser morto, assim pensava os religiosos.

Então decidiram matar Jesus!
Tomaram esta decisão porque consideravam Jesus uma ameaça para a posição deles, para o prestígio deles diante do povo e de Roma (João 11:48). Quando perceberam que o povo já não os buscava mais, cresceu a inveja. Seus corações diziam: “Há anos servindo a este povo e agora eles nos rejeitam por um filho de um carpinteiro? Não podemos deixá-lo crescer mais. É necessário tirá-lo do nosso caminho. Nosso prestígio está abalado, nosso sustento também. Logo esse povo não nos trará mais os dízimos. Como nos sustentaremos? De que viveremos?” A religião institucionalizada gritava por manter o seu status quo.

Muitos nos nossos dias repetem essa mesma estratégia.
Uns pelo mesmo desejo de manter o status quo, matam Jesus no evangelho e produzem um novo evangelho que aparentemente traz uma boa notícia. No entanto é algo a princípio é algo bom, mas que o fim dele é a morte.
Outros pelo mesmo desejo, ao verem surgir um novo ministério que de alguma forma ameaça o seu, então disparam a ordem interna: “vamos matá-lo”. Começa então o plano de morte: mentiras, calúnias, difamações, maldições. Não podem saber do sucesso de alguém que logo pensa que será ofuscado. O resultado interior: ”Vamos matá-lo”.
Gente assim tem a mente da escassez, com o seguinte pensamento: tenho o suficiente para mim mesmo. Caso abra alguma outra igreja pensam que vão perder seus membros, sua renda, seu prestígio. Então logo surge a decisão: “vamos matá-lo”.

Assim reeditamos os escribas, fariseus e sacerdotes da época de Jesus.
Estes são homens que, como aqueles, se tornam perseguidores e assassinos dos cristos de Deus nos dias de hoje. Suas principais marcas são: não reconhecem os seus limites, tem um sentimento messiânico, julgam ser a única ou a última revelação de Deus na terra. Por se acharem o máximo, imaginam que nunca virá alguém melhor ou maior. Porém, quando olham surgir alguém que na simplicidade prega apenas o evangelho que liberta o povo sem controles e manipulações, e que por essa mensagem atrai multidões, a inveja faz nascer um novo perseguidor, um velho fariseu.

Para não reeditarmos estes famigerados fariseus, escribas e sacerdotes, é necessário reconhecer tanto que, não há evangelho de verdade sem Jesus, que posição e reconhecimento diante dos homens não configura posição e reconhecimento diante de Deus, assim como esse mesmo Jesus está sempre chamando novos ministros que estejam dispostos a abdicar do status quo para simplesmente, ainda que na perseguição, pregar o evangelho da graça de Deus para romper as cadeias da manipulação e do controle exercidos pela religião institucionalizada.

Jesus não pode morrer novamente, mas podemos fazer da fé em Jesus um sistema frio e religioso assim, como podemos ser perseguidores dos novos cristos de Deus na terra. Podemos como novos fariseus, saduceus, escribas e sacerdotes matarmos profetas e adornarmos seus túmulos.

Que Deus nos livre disso!

Tomaz de Aquino

São Luis, 01 Junho 2010

Comunidade Casa do Senhor

terça-feira, 25 de maio de 2010

O Paradigma: Tornando-nos mais semelhantes a Cristo

Sermão do Dr. John Stott pregado na Convenção de Keswick em 17 de julho de 2007.

Lembro-me muito claramente de que há vários anos, sendo um cristão ainda jovem, a questão que me causava perplexidade (e a alguns amigos meus também) era esta: Qual é o propósito de Deus para o seu povo? Uma vez que tenhamos nos convertido, uma vez que tenhamos sido salvos e recebido vida nova em Jesus Cristo, o que vem depois? É claro que conhecíamos a famosa declaração do Breve Catecismo de Westminster: “O fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre”. Sabíamos disso e críamos nisso. Também refletíamos sobre algumas declarações mais breves, como uma de apenas sete palavras: “Ama a Deus e ao teu próximo”. Mas de algum modo, nenhuma delas, nem outra que pudéssemos citar, parecia plenamente satisfatória.
Portanto, quero compartilhar com vocês o entendimento que pacificou minha mente à medida que me aproximo do final de minha peregrinação neste mundo. Esse entendimento é: Deus quer que seu povo se torne semelhante a Cristo. A vontade de Deus para o seu povo é que sejamos conformes à imagem de Cristo.
Sendo isso verdade, quero propor o seguinte: em primeiro lugar, demonstrarmos a base bíblica do chamado para sermos conformes à imagem de Cristo; em segundo, extrairmos do Novo Testamento alguns exemplos; em terceiro, tirarmos algumas conclusões práticas a respeito. Tudo isso relacionado a nos assemelharmos a Cristo.
Então, vejamos primeiro a base bíblica do chamado para sermos semelhantes a Cristo. Essa base não se limita a uma passagem só. Seu conteúdo é substancial demais para ser encapsulado em um único texto. De fato, essa base consiste de três textos, os quais, aliás, faríamos muito bem em incorporar conjuntamente à nossa vida e visão cristã: Romanos 8:29, 2 Coríntios 3:18 e 1 João 3:2. Vamos fazer uma breve análise deles.
Romanos 8:29 diz que Deus predestinou seu povo para ser conforme à imagem do Filho, ou seja, tornar-se semelhante a Jesus. Todos sabemos que Adão, ao cair, perdeu muito — mas não tudo — da imagem divina conforme a qual fora criado. Deus, todavia, a restaurou em Cristo. Conformar-se à imagem de Deus significa tornar-se semelhante a Jesus: O propósito eterno de predestinação divina para nós é tornar-nos conformes à imagem de Cristo.
O segundo texto é 2 Coríntios 3:18: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. Portanto é pelo próprio Espírito que habita em nós que somos transformados de glória em glória — que visão magnífica! Nesta segunda etapa do processo de conformação à imagem de Cristo, percebemos que a perspectiva muda do passado para o presente, da predestinação eterna de Deus para a transformação que ele opera em nós agora pelo Espírito Santo. O propósito eterno da predestinação divina de nos tornar como Cristo avança, tornando-se a obra histórica de Deus em nós para nos transformar, por intermédio do Espírito Santo, segundo a imagem de Jesus.
Isso nos leva ao terceiro texto: 1 João 3:2: “Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é”. Não sabemos em detalhes como seremos no último dia, mas o que de fato sabemos é que seremos semelhantes a Cristo. Não precisamos saber de mais nada além disso. Contentamo-nos em conhecer a verdade maravilhosa de que estaremos com Cristo e seremos semelhantes a ele, eternamente.
Aqui há três perspectivas: passado, presente e futuro. Todas apontam na mesma direção: há o propósito eterno de Deus, pelo qual fomos predestinados; há o propósito histórico de Deus, pelo qual estamos sendo transformados pelo Espírito Santo; e há o propósito final ou escatológico de Deus, pelo qual seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é. Estes três propósitos — o eterno, o histórico e o escatológico — se unem e apontam para um mesmo objetivo: a conformação do homem à imagem de Cristo. Este, afirmo, é o propósito de Deus para o seu povo. E a base bíblica para nos tornarmos semelhantes a Cristo é o fato de que este é o propósito de Deus para o seu povo.
Prosseguindo, quero ilustrar essa verdade com alguns exemplos do Novo Testamento. Em primeiro lugar, creio ser importante que nós façamos uma afirmação abrangente como a do apóstolo João em 1 João 2:6: “Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou”. Em outras palavras, se nos dizemos cristãos, temos de ser semelhantes a Cristo. Este é o primeiro exemplo do Novo Testamento: temos de ser como o Cristo Encarnado.
Alguns de vocês podem ficar horrorizados com essa idéia e rechaçá-la de imediato. “Ora”, me dirão, “não é óbvio que a Encarnação foi um evento absolutamente único, não sendo possível reproduzi-lo de modo algum?” Minha resposta é sim e não. Sim, foi único no sentido de que o Filho de Deus revestiu-se da nossa humanidade em Jesus de Nazaré, uma só vez e para sempre, o que jamais se repetirá. Isso é verdade. Contudo, há outro sentido no qual a Encarnação não foi um evento único: a maravilhosa graça de Deus manifestada na Encarnação de Cristo deve ser imitada por todos nós. Nesse sentido, a Encarnação não foi única, exclusiva, mas universal. Somos todos chamados a seguir o supremo exemplo de humildade que ele nos deu ao descer dos céus para a terra. Por isso Paulo diz em Filipenses 2:5-8: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz”. Precisamos ser semelhantes a Cristo em sua Encarnação no que diz respeito à sua admirável humildade, uma humilhação auto-imposta que está por trás da Encarnação.
Em segundo lugar, precisamos ser semelhantes a Cristo em sua prontidão em servir. Agora, passemos de sua Encarnação à sua vida de serviço; de seu nascimento à sua vida; do início ao fim. Quero convidá-los a subir comigo ao cenáculo onde Jesus passou sua última noite com os discípulos, conforme vemos no evangelho de João, capítulo 13: “Tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela. Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido”. Ao terminar, retomou seu lugar e disse-lhes: “Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo” — note-se a palavra — “para que, como eu vos fiz, façais vós também”.
Há cristãos que interpretam literalmente esse mandamento de Jesus e fazem a cerimônia do lava-pés em dia de Ceia do Senhor ou na Quinta-feira Santa — e podem até estar certos em fazê-lo. Porém, vejo que a maioria de nós fez apenas uma transposição cultural do mandamento de Jesus: aquilo que Jesus fez, que em sua cultura era função de um escravo, nós reproduzimos em nossa cultura sem levarmos em conta que nada há de humilhante ou degradante em o fazermos uns pelos outros.
Em terceiro lugar, temos de ser semelhantes a Cristo em seu amor. Isso me lembra especificamente Efésios 5:2: “Andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave”. Observe que o texto se divide em duas partes. A primeira fala de andarmos em amor, um mandamento no sentido de que toda a nossa conduta seja caracterizada pelo amor, mas a segunda parte do versículo diz que ele se entregou a si mesmo por nós, descrevendo não uma ação contínua, mas um aoristo, um tempo verbal passado, fazendo uma clara alusão à cruz. Paulo está nos conclamando a sermos semelhantes a Cristo em sua morte, a amarmos com o mesmo amor que, no Calvário, altruistamente se doa.
Observe a idéia que aqui se desenvolve: Paulo está nos instando a sermos semelhantes a Cristo na Encarnação, ao Cristo que lava os pés dos irmãos e ao Cristo crucificado. Esses três acontecimentos na vida de Cristo nos mostram claramente o que significa, na prática, sermos conformes à imagem de Cristo.
Em quarto lugar, temos de ser semelhantes a Cristo em sua abnegação paciente. No exemplo a seguir, consideraremos não o ensino de Paulo, mas o de Pedro. Cada capítulo da primeira carta de Pedro diz algo sobre sofrermos como Cristo, pois a carta tem como pano de fundo histórico o início da perseguição. Especialmente no capítulo 2 de 1 Pedro, os escravos cristãos são instados a, se castigados injustamente, suportarem e não retribuírem o mal com o mal. E Pedro prossegue dizendo que para isto mesmo fomos chamados, pois Cristo também sofreu, deixando-nos o exemplo — outra vez a mesma palavra — para seguirmos os seus passos. Este chamado para sermos semelhantes a Cristo em meio ao sofrimento injusto pode perfeitamente se tornar cada vez mais significativo à medida que as perseguições se avolumam em muitas culturas do mundo atual.
No quinto e último exemplo que quero extrair do Novo Testamento, precisamos ser semelhantes a Cristo em sua missão. Tendo examinado os ensinos de Paulo e de Pedro, veremos agora os ensinos de Jesus registrados por João. Em João 17:18, Jesus, orando, diz: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo”, referindo-se a nós. E na Comissão, em João 20:21, Jesus diz: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”. Estas palavras carregam um significado imensamente importante. Não se trata apenas da versão joanina da Grande Comissão; é também uma instrução no sentido de que a missão dos discípulos no mundo deveria ser semelhante à do próprio Cristo. Em que aspecto? Nestes textos, as palavras-chave são “envio ao mundo”. Do mesmo modo como Cristo entrou em nosso mundo, nós também devemos entrar no “mundo” das outras pessoas. É como explicou, com muita propriedade, o Arcebispo Michael Ramsey há alguns anos: “Somente à medida que sairmos e nos colocarmos, com compaixão amorosa, do lado de dentro das dúvidas do duvidoso, das indagações do indagador e da solidão do que se perdeu no caminho é que poderemos afirmar e recomendar a fé que professamos”.
Quando falamos em “evangelização encarnacional” é exatamente disto que falamos: entrar no mundo do outro. Toda missão genuína é uma missão encarnacional. Temos de ser semelhantes a Cristo em sua missão. Estas são as cinco principais formas de sermos conformes à imagem de Cristo: em sua Encarnação, em seu serviço, em seu amor, em sua abnegação paciente e em sua missão.
Quero, de modo bem sucinto, falar de três conseqüências práticas da assemelhação a Cristo.
Primeira: A assemelhação a Cristo e o sofrimento. Por si só, o tema do sofrimento é bem complexo, e os cristãos tentam compreendê-lo de variados pontos de vista. Um deles se sobressai: aquele segundo o qual o sofrimento faz parte do processo da transformação que Deus faz em nós para nos assemelharmos a Cristo. Seja qual for a natureza do nosso sofrimento — uma decepção, uma frustração ou qualquer outra tragédia dolorosa —, precisamos tentar enxergá-lo à luz de Romanos 8:28-29. Romanos 8:28 diz que Deus está continuamente operando para o bem do seu povo, e Romanos 8:29 revela que o seu bom propósito é nos tornar semelhantes a Cristo.
Segunda: A assemelhação a Cristo e o desafio da evangelização. Provavelmente você já se perguntou: “Por que será que, até onde percebo, em muitas situações os nossos esforços evangelísticos freqüentemente terminam em fracasso?” As razões podem ser várias e não quero ser simplista, mas uma das razões principais é que nós não somos parecidos com o Cristo que anunciamos. John Poulton, que abordou o tema num livreto muito pertinente, intitulado A Today Sort of Evangelism, escreveu:
“A pregação mais eficaz provém daqueles que vivem conforme aquilo que dizem. Eles próprios são a mensagem. Os cristãos têm de ser semelhantes àquilo que falam. A comunicação acontece fundamentalmente a partir da pessoa, não de palavras ou idéias. É no mais íntimo das pessoas que a autenticidade se faz entender; o que agora se transmite com eficácia é, basicamente, a autenticidade pessoal”.
Isto é assemelhar-se à imagem de Cristo. Permitam-me dar outro exemplo. Havia um professor universitário hindu na Índia que, certa vez, identificando que um de seus alunos era cristão, disse-lhe: “Se vocês, cristãos, vivessem como Jesus Cristo viveu, a Índia estaria aos seus pés amanhã mesmo”. Eu penso que a Índia já estaria aos seus pés hoje mesmo se os cristãos vivessem como Jesus viveu. Oriundo do mundo islâmico, o Reverendo Iskandar Jadeed, árabe e ex-muçulmano, disse: “Se todos os cristãos fossem cristãos — isto é, semelhantes a Cristo —, hoje o islã não existiria mais”.
Isto me leva ao terceiro ponto: Assemelhação a Cristo e presença do Espírito Santo em nós. Nesta noite falei muito sobre assemelhação a Cristo, mas será que ela é alcançável? Por nossas próprias forças é evidente que não, mas Deus nos deu seu Santo Espírito para habitar em nós e nos transformar de dentro para fora. William Temple, que foi arcebispo na década de 40, costumava ilustrar este ponto falando sobre Shakespeare:
“Não adianta me darem uma peça como Hamlet ou O Rei Lear e me mandarem escrever algo semelhante. Shakespeare era capaz, eu não. Também não adianta me mostrarem uma vida como a de Jesus e me mandarem viver de igual modo. Jesus era capaz, eu não. Porém, se o gênio de Shakespeare pudesse entrar e viver em mim, então eu seria capaz de escrever peças como as dele. E se o Espírito Santo puder entrar e habitar em mim, então eu serei capaz de viver uma vida como a de Jesus”.
Para concluir, um breve resumo do que tentamos pensar juntos aqui hoje: O propósito de Deus é nos tornar semelhantes a Cristo. O modo como Deus nos torna conformes à imagem de Cristo é enchendo-nos do seu Espírito. Em outras palavras, a conclusão é de natureza trinitária, pois envolve o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O Mal da Religião

Li o livro “A Cabana” no ano passado.
Uma leitura bem simples e boa especialmente para quem tem uma visão equivocada de Deus. No entanto o que achei mais coerente foi o autor dizer que a trindade maligna é formada de política, economia e religião.
Concordo com o autor e especialmente no quesito religião, porque os grandes problemas da humanidade passa pelas mãos da religião que pela defesa dos seus dogmas ofende, fere, destrói e mata seres humanos que são imagem e semelhança de Deus.

Por que a religião se tornou este instrumento de morte e não de vida? Porque cada uma delas tem uma visão limitada de Deus tornando-o semelhante a si mesmo, alem de algumas criaram o seu próprio deus.
Não ficou fora nem mesmo o cristianismo já que em nome de Deus fez guerras, queimou pessoas vivas, promoveu a pobreza em função de riqueza própria.

Hoje o cristianismo ainda continua sua caminhada de destruição. Não mais fazendo guerras com armas de verdade, mas prossegue enclausurando pessoas em seus esquemas próprios de enriquecimento com promessas de vitorias e milagres aprisionando-os em uma engrenagem de arrecadação muito bem maquinada, além é claro de um sistema de alienação e manipulação controlando pessoas em vez de libertá-las.

Sai dela povo meu e apegue-se a Jesus o enviado de Deus, penso ser o grito do Espírito de Deus nesses dias. Isaías entre nós diria a mesma coisa que disse a Israel: “Ai desta nação pecaminosa, povo carregado de iniqüidade, raça de malignos, filhos corruptores; abandonaram o SENHOR, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás” (Is.1:4)

É hora de, quem é de verdade povo de Deus, atender às lamentações de Jeremias: “Esquadrinhemos os nossos caminhos, provemo-los e voltemos para o SENHOR”.
É hora de compreender o que Pedro entendeu: “Para onde iremos nós, só tu tens as palavras de vida eterna”.

Em Jesus nosso bem maior.

Tomaz de Aquino

sexta-feira, 19 de março de 2010

Apostasia

A vinda do anti-cristo será antecedida pela apostasia.
Que apostasia será essa? Muitos afirmam ser o deixar a fé por parte de pessoas que antes viviam nela. Isso talvez seja o resultado da apostasia. A apostasia que creio e vejo já acontecendo é a apostasia da igreja pela segunda vez. Enquanto há uma profecia bíblica que a gloria da segunda casa será maior do que a primeira, se cumpre antes a profecia maligna de que a apostasia da segunda casa será bem maior do que a da primeira.
A igreja cristã experimentou um tempo de escuridão que foi uma verdadeira apostasia. Indulgências foram instituídas para financiar a ganância dos lideres, financiar o luxo e a luxúria, guerras que foram feitas em nome de Deus. O povo pela ignorância mantida pelos lideres, ficou aprisionado em uma fé dependente de rituais para o perdão e conseqüente salvação. Dependentes de uma religião vazia sem comunhão com Deus.
A igreja apóstata daqueles dias liderava pelo medo e pela opressão. Deus era apresentado como um ser cruel e ambicioso que estava pronto a matar e lançar no inferno quem não lhe desse alguns trocados. Era como um deus de barganhas, ou seja, caso algum dinheiro entrasse nos cofres da igreja, ele tiraria do purgatório ou do inferno aquele que ofertara ou por quem fora dada a oferta. Foi uma época desastrosa, uma manipulação ambiciosa sem misericórdia, simplesmente pelos interesses de uma igreja falida dirigida por líderes falidos espiritualmente.
Hoje alguns séculos depois a segunda casa, agora chamada de "igreja evangélica" experimenta sua apostasia. Ela se a afasta cada vez mais do evangelho. Nesta, a graça é substituída pela nova lei. O sacrifico de Jesus é considerado imperfeito já que as demandas da nossa era “pos-lá-o-que” exige rituais para ajudar o “coitado jesus” que morreu sem contudo conseguir cumprir o que prometera. Novas indulgências são instituídas e novas guerras estão sendo travadas. Não mais com espadas, carros e cavalos, mas com visões, metodologias, disputas pelo mercado de gente, pelas megalomanias dos novos “papas”, agora evangélicos.
Será que oferecer rosas ungidas, óleos que resolvem qualquer problema não são indulgências do nosso século? Será que ensinar que ofertas, quando entregues nas igrejas, obrigam Deus a nos tornar ricos não são novas indulgências? Será que oferecer a solução de grandes problemas da vida simplesmente tornando-se contribuinte através de um carnê, não ressuscita as antigas indulgências? Quando tudo que fazemos vira um meio de arrecadação, não transformamos o ministério em um grande mercado de indulgências? Não é isso apostasia?
Dízimos e ofertas, que deveriam ser expressões de fidelidade, amor e gratidão, tornaram-se um meio para manipulação e controle. Uma doença pode ser resolvida com um copo d’água. Um mal qualquer pode ser atribuído a um encosto para exorcistas de plantão resolver. A dor passa a ser necessariamente uma obra de demônios enquanto que o prazer sempre será algo vindo de Deus. A miséria pode ser resolvida com uma oferta. A riqueza pode chegar através de gordas dádivas. O pedir um simples carnê já torna uma pessoa mais que vencedor. Não será isso apostasia? Aposto que sim!
No tempo de Lutero, o papa detinha a revelação bíblica, isto é, ninguém podia interpretar a Bíblia. Isso se mostrou um eficiente instrumento de controle e manipulação das massas ignorantes e amedrontadas, pois permitia ao clérico liderar por ameaças. Se não andassem dentro dos limites e regras estabelecidos seriam julgados, excomungados e até condenados à morte.
É muito diferente hoje? Não fazemos hoje coisas similares mesmo com a Bíblia disponível a todos? A resposta é sim. Ainda vemos muitos, chamados líderes, impondo suas idéias como se fossem bíblicas, interpretando a palavra de Deus segundo as suas próprias conveniências. Líderes que ameaçam membros com maldições argumentando serem autoridades espirituais. Impondo medo, aprisionam irmãos em seus rebanhos, obrigando-os, pela manipulação da suposta posição de cobertura espiritual, a cumprirem seus desejos mais toscos e contrários ao ensino do Senhor.
Estamos muito parecidos! É verdade que ainda não chegamos às raias de voltar a vender a salvação ou condenar irmãos à morte, mas trocamos ofertas por curas, bênçãos e orações. Pode ser um grande passo para superarmos o tempo das chamadas "eras escuras da igreja".
A apostasia não é um simples abandono da fé pelo individuo, mas é o desvio daquilo que hoje se chama igreja. É o seu desvio institucional, a institucionalização da fé, sua rotinização e sistematização. Isso é profético para que se cumpra a supremacia do organismo sobre a instituição, para que a verdadeira igreja se manifeste e não a ultima moda eclesiástica que se apresenta como quem vai implantar o “governo” de Jesus como a que vai “sarar” a nação, como a que vai transformar o país em uma nação “evangélica”. Deus nos guarde disso!
O que queremos ser é uma nação cujo Deus é o Senhor, uma nação que fez de Jesus o seu mestre. Queremos ser somente discípulos de Cristo e viver como Ele viveu. Queremos que a igreja seja apenas coluna e baluarte da verdade sem que tenha a função de dar solução para os diversos problemas da vida, sejam aqueles relativos à dor ou ao prazer. Nem o próprio Jesus se apresentou como o solucionador de todas as dificuldades, ele disse que o mundo nos daria muitas aflições. A lição é clara: aflições fazem parte da vida, mesmo daqueles que não querem que seja assim. A igreja deve ser o sustentáculo da verdade de Deus no mundo, nada mais, nada menos.
Então que venha esta apostasia, pois assim será revelado o anticristo, mas, sobretudo, serão revelados os pequenos cristos na terra e por fim virá o Cristo com poder e grande glória para buscar a sua única e verdadeira igreja que nunca apostatou, que é constituída de gente que creu na sua vida, na sua morte, na sua ressurreição e na sua vinda.

Maranata! Que venha Jesus!

Tomaz de Aquino

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sobre o refrigério




Há dias em que a alma seca e tudo que precisamos encontrar é um oásis.
Em meio a uma multidão de indigentes da alma, do desejo e da vida a alma se cansa. Ás vezes se arrasta em busca de pão. E o texto de Isaías 55 fica bem claro : “ Por que gastas teu dinheiro com aquilo que não é comida?”. Essa parece ser a palavra do Espírito para hoje. Nossa alma se cansa porque come demais; é insatisfeita e teimosa pra entender que comer muito não é estar satisfeito. A avidez da alma leva um ser humano a cavar fontes e escavar rios onde não há nada ou onde a água mão mata a sede. Essa é sina de todos nós. Esta sim é uma verdade que se pode generalizar: o homem tem sede. Não foi a toa que Jesus nos fala dos “ rios de água viva”, da vida que borbulharia na alma daquele que confiasse nos poderes de Cristo. E quão fácil é esquecer disso; o Tentador é muito eficaz em nos ludibriar e enganar a nossa sede. Quando estamos espiritualmente cansados ele consegue nos fazer pensar que só precisamos dormir mais, beber mais, comer mais, fazer mais sexo, sair mais. Isto é, ele nos convence de que podemos e temos o dever e , além de tudo, o direito de fazermos alguma coisa. ele, o Tentador, odeia quando pensamos em descansar; quando sentimos o chamado do Espírito para tocar no Manto. Por isso gostei tanto dessa música. Confesso que “ Trazendo a arca” não é um grupo que tem meu respeito, mas a música é verdadeira, a letra e a melodia são um refrigério. Pelo menos o foram para mim hoje. De fato, para tocar no Manto é preciso quebrantar o coração. mas, o que isso significa?

Significa que só um coração humilde e que desistiu de seus direitos como humano pode tocar no Manto. Só toca no manto quem já esgotou todos os recursos. Quem foi ao fundo e descobriu que para a alma humana não há salvação. Como disse Davi: muitos dizem de minha alma, não há salvação para ele em Deus. Porém o Senhor é um escuro e minha glória, ele levanta minha cabeça. Com minha voz clamei a Deus e ele me ouviu do seu Santo Monte.

Selah




Eu imagino essa senhora que tocou no manto de Jesus e teve sua doença sarada. Em meio a multidão, esmagada e quase pisoteada ela se abaixou e tocou. Desesperadamente precisava de Jesus. A cada dia que passa acredito mais firmemente que somente alguns podem tocar nos Mistérios de Jesus. As riquezas do tesouro eterno separado para aqueles que nele crêem.

Salvação, refrigério, inspiração, saúde, vida e compreensão dos segredos do coração são para quem realmente quer passar pela porta estreita. E quão estreita é a porta! Passar por ela é suportar muita angustia: a angustia de ficar cara a cara com o desejo e entrar na cana de braço com sua vontade e vencer. A virtude de Jesus não é para os covardes. Tem que estar prostrado para tocar no Manto. Assim como para passar pela porta estreita é preciso deixar todo peso do lado de fora. Aí sim começamos a avançar na compreensão do que que dizer " nunca mais ter sede". Devo dizer que este para mim é um dos mistérios mais insondáveis do Evangelho de Jesus. No entanto, não é por ser misterioso que devemos deixá-lo; na verdade, sinto que isto é o cerne de tudo que há: que em Deus estão as delícias eternas e ainda que, momentaneamente estejamos cercados de tanta dor e tribulação ,estamos também acumulando eterno peso de glória que há de se manifestar concretamente quando com Ele formos levados aos ares.

Eis o mistério do refrigério: Àquele que vencer lhe será dado comer do Maná escondido.

Rafael Lobato Pinheiro.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Deus como Deus é

Sei que parece muita pretensão dizer como Deus é. Eu mesmo temo ao falar palavras tais como “Deus é assim”. No entanto creio ser necessário uma aproximação maior de quem seja Deus de verdade. Isto porque o que percebo a apresentação de um Deus que não evoluiu em sua revelação e que parece ser o mesmo que antes matava nações inteiras, mandava destruir homens, mulheres, crianças e até animais. O mesmo que preferiu uns e odiava outros, aquele que quando os homens não andava, segundo suas regras apontava seu arco e os destruía.

Era assim antes. Deus se manifestou a Abraão, Isac e Jacó como “O Todo Poderoso”. Para Moisés se apresentou como Javé ou Jeová, “aquele que existe”. Era o Deus que ninguém podia chegar perto. Deus que fazia o monte fumegar. Daí pra frente, conforme a necessidade da hora Deus ia se mostrando um pouco mais: Deus que cura – Deus que faz prosperar – Deus da justiça – Deus minha bandeira. Para os judeus Deus era deles e para eles, e especialmente contra os inimigos

Como subproduto dessa visão para os salmistas Deus amava uns e odiava outros ( Sl.31:17-19; Sl. 45:5); incitava o ódio e a violência contra os inimigos (Sl. 68:21,23); era um Deus vingativo (Sl. 7:11-13); era um Deus que odeia e castiga de forma cruel (Sl. 11:5-7; 12:3). Os salmistas também viam Deus como quem usa a relação de causa e efeito, ou seja, quem é justo prospera e quem não é tudo vai dá errado (Sl1:4). Como um Deus violento, que quebra o queixo dos inimigos (Sl.3:7). Como um Deus intolerante, que odeia seres humanos (5:4-6; 5:10). Por causa dessa visão limitada de Deus a oração dos salmistas quer a misericórdia para si e a punição para os outros. A oração deles é a favor de si mesmo, mas também contra os inimigos (Salmo 10: 4-6, 13-15). Esse era um Deus assustador!

Não foram só os salmistas que tinham uma visão equivocada de Deus. Foram profetas, reis e principalmente Jó. Este conhecia um Deus que fazia justiça conforme era a justiça humana melhorada. Um Deus que abençoava os bons e punia somente os maus (Jó 23:1-7). Mais quando todo seu conceito caiu diante da sua tragédia, quando lhe foram feitas perguntas sem respostas, pode ampliar a sua visão de Deus e dizer: “Antes eu te conhecia de ouvir falar, mas agora os meus olhos de vêem”.

Isso mostra um Deus diferente do nosso? Não! Isso era somente um processo de revelação até que fosse conhecido como de fato é. O que os salmistas mostravam em seus salmos e orações era o máximo da revelação de Deus que tinham. Não era errado, era o que podia ver de Deus.

Ficar com a visão dos salmistas sobre Deus nos faz ver um Deus limitado.
Por causa desta visão atribuímos a Deus a catástrofe do Haiti; dizemos que o 11 de setembro nos Estados Unidos foi porque o americanos tiraram a oração das escolas. Essa concepção nos faz admitir que quem está sofrendo é castigo, e se está tudo bem Deus está abençoando.Os próprios discípulos de Jesus tinham esta mesma visão. Ao verem um homem cego perguntam: “quem pecou ele ou seus pais?”

Jesus é Deus como Deus é. Deus se mostrou progressivamente ao longo do tempo, mas em Jesus se mostrou totalmente como é. Jesus é a exata expressão de Deus.
Nós não podemos cometer os mesmos erros. Nós somos indesculpáveis. Tudo que podemos conhecer de Deus está em Jesus – “eu e o Pai somos um”. “Quem vê a mim vê o Pai”. A própria Bíblia só será interpretada corretamente a partir de Jesus. Ele é o centro “é a chave hermenêutica da Bíblia”, como diz o Pr. Caio Fábio.

Jesus é Deus sem nenhuma parcialidade. Ele não ama seu povo e odeia seus inimigos. Ele é amor para todos.

Deus é como Jesus é. Deus é amor. Seu reino é de paz, alegria e justiça. Deus te ama como tu és. Deus é bom. Ele veio trazer reconciliação, perdão. Veio trazer a sua graça para todos. Ele veio salvar e não condenar. Ele está de braços abertos para todos – “vinde a mim todos os que estão cansados”.

Jesus é Deus como Deus é. Até que conheçamos a Jesus como ele é não conheceremos a Deus como Deus é.

Tomaz de Aquino

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Fortalecei-vos no Senhor.

Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.

Toda interpretação bíblica é um perigo. Podemos nos equivocar, distorcer ou falar mais de nós mesmos do que aquilo que o autor pretendeu dizer. Aí entra a hermenêutica e todas as ciências teológicas que tentam através de todos os tipos de estudos descobrir as reais intenções das palavras do autor, seu contexto histórico e social e etc. Eu poderia bem abordar este texto com estas ferramentas e nesta perspectivas. No entanto, não creio que seja assim que devamos ler as Escrituras. A letra fala, mas o Espírito continua a falar, então, vejamos o que ele me fala quando leio a admoestação de Paulo: Fortalecei-vos no Senhor.

A primeira coisa que me chama a atenção são os versículos anteriores; todos instituem um código moral de como devemos nos relacionar uns com os outros. Trata da relação pai e filho, marido, mulher e chefe e empregado. Paulo demonstra uma grande preocupação com a forma como nos relacionamos uns com outros. Mais à frente, quando ele inaugura “ a armadura de Deus “ ( texto tão mal utilizado) sua preocupação continua sendo as relações humanas:
“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”.
Assim, o versículo, “ fortalecei-vos no Senhor” para mim torna-se ainda mais misterioso. Mas, um mistério que quer ser desvendado e, para mim, umas das formas de desvendá-lo é nos perguntar : por que devo me fortalecer? Precisamos nos fortalecer porque somos fracos. Carecemos de tanta coisa. Somos uma raça para sempre desamparada. Vejam só. Minha cadela está prestes a parir. Em poucos dias ela vai dar à luz de seis a oito filhotes que, em questão de minutos estarão andando sozinho. Em mais algumas semanas eles já serão quase que independentes dela. Já nascem quase prontos e pouco dependentes da mãe e a gestação de um cão não passa de 9 semanas. Já nós, seres humanos, tão avançados, passamos 9 meses no útero materno e quando saímos somos absolutamente dependentes de um outro ser humano para sobreviver. Depois somos totalmente dependentes de outro ser humano para aprendermos a falar e por aí vai. Resumo da ópera: nossa fraqueza é o outro, porque dependemos tanto dele para viver. Deus sabe bem disso. Não é a toa que dos 10 mandamentos 6 deles dizem respeito ao próximo.
Nossa fraqueza está no outro porque devido ao nosso desamparo estrutural criamos a ilusão-- necessária para nossa sobrevivência-- mas não para a vida toda. É preciso chegar um dia que essa ilusão de que a completude está no próximo precisa acabar, ou então, viveremos numa eterna ilusão que só nos causará mágoa e dissabores.Neste pronto a admoestação de Paulo é cheia de sabedoria: Meus queridos! Fortaleçam-se no Senhor! O próximo não pode responder a todas as sua demandas. As relações humanas serão sempre conflituosas e freqüentemente nos trarão decepção. Entretanto, Paulo é claro: Busquem se fortalecer em Deus! Desistam de buscar força no outro. Nossas relações com os outros devem ser muito mais de doação do que de receber, pois aquele que dá e ama, nada espera receber. Esse foi o amor de Cristo. Confesso que esta forma de amar é muito difícil para nós humanos, mas é o nosso desafio: fortalecermo-nos no Senhor e servir ao próximo. Que desafio para todos nós!! É desafiador, mas desconfio que nos livraria de muitas decepções com o próximo, se tão somente aprendêssemos que nossa força está no Senhor, o próximo é tão fraco quanto nós mesmos. A orientação de Paulo é : tratem o próximo com respeito, dignidade e a mesma consideração que vocês teem por si próprios.


Rafael Pinheiro.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Frases que não são minhas

Uma das coisas que me alegram é saber que não sou um solitário quanto ao modo de pensar sobre muitos assuntos tais como: igreja, cristianismo, discípulos e outros.
Graça a Deus, há muito mais de sete mil que não dobraram os joelhos a Baal.
Há muita gente pensando e vivendo o ser discípulo e ser membro do corpo de Cristo na contra mão do sistema eclesiástico vigente.

Ai vão algumas frases que não são minhas, mas são como se fossem. Endosso cada uma delas. Elas falam sobre a igreja e gente com sonhos despedaçados:

“Sonhos despedaçados. De uma forma ou de outra, todos nós passamos por essa experiência, se não ontem, hoje; e se não hoje, amanhã”.
“Não somos identificados pelas coisas que nos fazem sofrer”.
“Creio que apenas as pessoas quebrantadas adoram em verdade. Pessoas que permanecem incólumes – gente feliz que gosta mais das bênçãos do que daquele que abençoa – agradecem a Deus como quem agradece ao balconista de uma loja”.
“A noite mais escura vem antes da alvorada mais radiante”.
“O livramento do desespero vem sempre por intermédio de uma pessoa. O livramento sempre vem através do amor”.
“A comunidade cristã é, com freqüência, um lugar perigoso de se estar quando os sonhos são destruídos”.
“A igreja é, com muita freqüência, um lugar de fingimento e, portanto, um lugar sem esperança. Quando o abatimento e fraqueza são desprezados, quando nunca se conta a história verdadeira, o poder de Deus não é mais sentido”.
“Quando você sofrer, sofra de verdade, sofra abertamente na presença de Deus. Sofra abertamente na presença daqueles poucos que lhe proporcionam uma comunidade segura. Sinta sua dor e considere sua fraqueza e abatimento uma oportunidade, uma chance de descobrir um desejo que nenhum quebrantamento pode eliminar, mas que somente pode revelar” (o anseio por Deus).
“Descubra em meio aos sonhos despedaçados um anseio que Cristo que se compromete em satisfazer. Não tome o propósito de sair à caça desse desejo, pois ele próprio virá à tona, como águas borbulhantes de uma fonte que não pode mais ser contida”.
“Os sonhos despedaçados são um prelúdio para a alegria. Sempre. Em meio à nossa dor, Deus está trabalhando para nos dar alegria. Em algum ponto, Ele opera de modo visível”.

Se quiserem conhecer o contexto em que foram ditas estas frases e entende-las mais, leia o livro “Sonhos despedaçados” de Larry Crabb.

Tomaz de Aquino

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