sábado, 10 de janeiro de 2009

Sal da terra e luz do mundo


Não quero estabelecer um novo conceito sobre o que é ser sal da terra e luz do mundo. Também não quero inventar uma nova moda, já chega de modismos eclesiásticos. Quero pensar um pouco mais sobre o que Jesus de fato quis dizer com estas palavras. Então, vamos prosseguir.

Na verdade tudo começa no chamado sermão da montanha. Ao ver a multidão Jesus chama seus discípulos e os ensina estabelecendo como seriam os seus seguidores, ou, que tipo de vida viveria os seus discípulos. Eles seriam pobres de espírito, seriam os que sabem chorar. Seriam mansos e teriam fome e sede de justiça. Eles seriam misericordiosos, puros de coração e pacificadores, assim como seriam perseguidos por causa da justiça.

Ao ouvirem tais descrições imagino que os discípulos tenham ficados angustiados ou mesmo se sentindo inferiorizados, sem muita importância afinal de contas lhes era exigido que deveriam ter características de pessoas frágeis em um mundo hostil. Deveriam ser mansos sem direitos na sua terra dominada, deveriam ser pacificadores mesmo diante dos seus dominadores. Deveriam ser misericordiosos com seus próprios inimigos e ainda deveriam inclusive se sentir felizes por serem perseguidos.

Com certeza é possível que tais palavras tenham deixados cada um apreensivo quanto ao papel deles daí em diante. É possível também que tenham entendido que não seriam nada na terra e somente no céu teriam alguma importância. Tudo isso é possível, pois o coração dos discípulos estava cheios de expectativa quanto ao messias. Eles queriam um libertador, queriam sair do domínio romano, no entanto o messias chega com um discurso completamente antagônico às expectativas do coração deles.

Mas logo em seguida Jesus faz soar aos ouvidos dos discípulos uma nota de grande alcance interior produzindo creio um êxtase, uma descarga de endorfina motivacional: Vocês são o sal da terra! Vocês são a luz do mundo!

Quem salga e ilumina são os que Jesus chama de bem-aventurados!
Quem salga a terra e ilumina o sistema são os pobres de espírito, os mansos, os que sabem chorar, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacificadores e os que são perseguidos por causa da justiça.
Que importância tremenda!

Os bem-aventurados é que sustentam a ordem mundial. Imagine uma terra sem misericórdia, sem pacificadores, sem os puros de coração, sem os mansos. É esse tipo de gente é que mantém a ordem mundial, senão a terra seria cheia de pais que atiram seus filhos pela janela, de pessoas que matam no transito por nada, de filhos que abandonam seus pais. Seria cheios de políticos que lutam pelas suas próprias causas. Seria um mundo cheio de guerras por simples demonstração de poder assim como seria um lugar onde a lasciva e a imoralidade reinaria.

Se a terra esta sendo um lugar inseguro para se viver é porque está com escassez de bem-aventurados.
Temos religião e religiosos. Temos templos e catedrais. Temos igrejas, grandes lideres em grande quantidade, bispos e apóstolos, mas temos poucos bem-aventurados. Pela falta de bem-aventurados a terra geme e a natureza e o sistema se revolta através de ciclones, maremotos, terremotos, matando aqueles que deveriam preservá-la. O que presenciamos hoje é a revolta da natureza pela falta dos verdadeiros bem-aventurados.

Como diz Brian Mac Laren seu livro Ortodoxia Generosa: “Ser salvo significa ter grande importância na terra em que vivemos. Isso implica dizer que nossa salvação não está separada da salvação do mundo e que nossa missão é fazer com que o ensino e o exemplo de Cristo, façam parte de nosso mundo – não apenas em nossos relacionamentos pessoais, como também nas estruturas políticas e sistemas culturais”. Fomos salvos para sermos sal e luz da terra!

Os bem-aventurados, sal da terra e luz do mundo, é tudo que devemos ter.
Jesus chamou aqueles que os seguiram de discípulos. Em alguns outros momentos os chamou de servos e amigos. No entanto, me parece que o adjetivo mais forte usado por Jesus aos seus seguidores foi “sal da terra e luz do mundo”. Com certeza não era uma nova classificação, mas sim uma declaração de importância que os mesmos teriam na terra e no sistema em que viveriam.
Sal da terra e luz do mundo é o que de fato somos. É mais do que ser crentes ou evangélicos, é mais que ser líder, pastor, bispo ou mesmo apostolo. Já temos crentes por demais, evangélicos em demasia. É hora de surgirem os bem-aventurados. Gente que decidiu seguir o modo de vida de Jesus tornando-se agente de preservação da vida assim como guia para o novo e velho caminho, Jesus Cristo.

Conversi ad Dominum!