terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Graça e Verdade



E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
.
O Verbo, ou A Palavra se fez carne e habitou entre nós. A bíblia é conhecida no meio evangélico como “ A Palavra de Deus”. Sinceramente não sei por que. Então, a grande maioria das pessoas acha que o que Deus tinha para falar para os homens está ali, tudo, na bíblia. Fazem da bíblia um grande oráculo e a interpretam como querem e acham mais conveniente, de acordo com a situação e interesses envolvidos. Para mim, a grande virada está em compreender esta curta passagem do livro de João: Jesus é o verbo de Deus; Jesus é A Palavra de Deus para o homem, sua mensagem e seu recado. É Deus falando em forma de carne, em pele humana. Só Jesus é a chave para interpretação da bíblia, é por isso que não precisamos que ninguém nos ensine nada, mas a unção que há em nós nos ensina todas as coisas. Porque se Cristo habita nossa consciência Ele se torna o verbo principal através do qual lemos toda a Escritura. Desta forma, Jesus, e não a bíblia é A Palavra de Deus.

Jesus é a resplandecente glória de Deus; e o mais interessante nisso tudo é que sua glória não nos cega. Quase todo mundo, quando imagina a glória de Deus, tem a imagem da arca da aliança e seus querumbins e serafins e a fumaça mortífera da glória de Deus. No entanto, João nos trás um vislumbre desta glória que destrói nossas fantasias hollywoodianas. Deus amou tanto a humanidade que se fez um de nós para melhor passar sua mensagem. Ele se despiu dos efeitos especiais e colocou o pé no chão, se fez argila para ser Emanuel. A glória de Deus não é mais a sua resplandecente luz mas é a pessoa de Jesus que se faz presente em nós de duas formas: graça e verdade.

A glória de Deus hoje se manifesta onde há graça e verdade. Engraçado que os crentes cantam seus louvores esperando que a terra trema e os anjos subam e desçam como na escadaria de Jacó, quando na verdade, eles poderiam ver a glória de Deus se fossem cheios de Graça e Verdade. Ter glória é ser gracioso primeiramente consigo mesmo e depois com os outros. Quando aprendemos a nos aceitarmos como Deus nos aceita, quando nos livramos da culpa ( que normalmente só nos afasta de Deus ) experimentamos o amor de Deus, temos graça para amar ao próximo. Quem não ama ao próximo, possivelmente é porque ainda não experimentou o perdão e a graça de Deus em sua própria vida. É preciso amar a Deus, aceitar-se como Paulo ( pela graça de Deus sou o que sou) e amar ao próximo.

Verdade é viver na luz de Deus. Há um salmo lindo que diz: “ na tua luz vemos a luz”. Andar na luz da verdade é, em primeiro lugar, ser verdade para com Deus e depois ser verdade para com o próximo. É saber que Cristo é a verdade de Deus para os homens e que ele nos dá um centro existencial onde nos apoiarmos. Em Cristo há a pedra branca com um nome que só quem o recebe sabe dele. Isso fala de uma relação tão pessoal, tão intransferível e tão única de Cristo com cada um de suas ovelhas.
Os discípulos viram a glória, mas não foi cheia de efeitos pirotécnicos: a glória de Deus mostrou-se em toda sua magnitude, em seu maior esplendor, no Gólgota quando Cristo esteve exposto ao mundo inteiro com toda pujança de sua graça e verdade.