quinta-feira, 16 de julho de 2009

Agindo Deus, quem impedirá?




Recentemente recebi este vídeo. Hoje, novamente recebi um email de um amigo me recomendando a palestra. Ricardo Godim, famoso pastor e pensador cristão postou o vídeo em seu site. Resolvi então dar uma chance ao vídeo. Sugiro que antes que leiam minhas pontuações que assistam ao vídeo do início ao fim.

O palestrante deixa claro sua visão acerca de Deus. Bastante claro até. No entanto, preciso dizer que não acho que ele tenha sido feliz em sua busca por respostas, como não é nunca feliz o homem que busca na árvore do conhecimento do bem e do mal a verdade acerca de Deus. Como diz Caio Fábio, a árvore do conhecimento do bem e do mal continua a ser o conhecimento a partir do qual as produções humanos se derivam.

É o que ele chama de “ Teologia da terra”, a teologia de Caim. É a tentativa de acessar a Deus por outro meio que não seja a fé. o Deus que Tom Honey apresenta parece ser fruto de uma consciência humana que ainda não se dobrou perante a fé; que ainda exige e demanda respostas ao “ você não deve comer do fruto proibido Adão”.

Tom Honey fala como quem exige respostas; ele fala como um Jó pós-moderno que ainda não passou pela experiência de que compreender Deus transcende em muito simplesmente explicá-lo. Para Tom, se não houver possibilidade de compreensão de Deus também não pode haver fé. Para ele, ter fé em Deus requerer antes de tudo, que nós possamos compreender Deus, mesmo que para isso tenhamos que criar um Deus que caiba em nossos sistemas de explicação. Tom esbanja academicismo e uma aparente humildade, mas, a meu ver, por trás disso tudo, há muito medo, arrogância, pretensão e , como eu já disse, um Jó pós-moderno. Um homem que quer por Deus no banco dos réus. O tom de todo o vídeo é um tom de que Deus precisa ser coerente e dar explicações sensatas a nós humanos, caso contrário ele não merece nossa fé. vejam o que C. S Lewis diz a respeito disso:
“ o homem antigo vinha a Deus ( ou até mesmo aos deuses) como o acusado perante ao juiz. No caso do homem de hoje, os papéis se inverteram. Ele é o juiz: Deus está no banco dos réus. Ele é um juiz bem generoso: se Deus tiver uma boa razão em sua defesa para ser o Deus que permite a guerra, a pobreza e a doença, estará então disposto a ouvi-la. O julgamento talvez até acabe na absolvição de Deus. Mas o fato importante é que o homem está no banco dos magistrados e Deus, no banco dos réus”. C. S. Lewis.


Esta foi a sensação que tive ao ver o vídeo. Nunca aceitei bem esta gana por explicações: primeiro , porque Deus não necessita dizer ao vaso porque assim o fez, segundo , porque prefiro ficar com a fé, até o fim. Ao que vencer, ou seja, aquela que permanecer com fé. Esta é a promessa de Apocalipse, “ ao que vencer”—ao que tiver fé. O homem sempre quer perguntar a Deus: “ como se dará isto?”. Esta foi a pergunta de Maria, a virgem. De Moisés, de Gideão e de tantos outros. Deus, como se dará isto? Pergunta incabível já que em todos os casos Deus já havia decido o seu decreto e , como sabemos, agindo Deus , quem impedirá.
Então, minha única resposta ao Tsunami, ou a todas as catástrofes diárias que vemos nos assolar, cujo Tsunami é só mais uma delas, seria:
Agindo Deus, quem impedirá.

Rafael Pinheiro