quarta-feira, 4 de maio de 2011

Não Matarás




Segunda-feira dia 02 de maio/110 o mundo amanheceu com a noticia da execução de Osama Bin Laden o terrorista mais procurado do mundo e inimigo numero um dos Estados Unidos da América. Ele era procurado por muitos atos terroristas, mas principalmente pelo 11 de setembro, quando as torres gêmeas foram derrubadas por dois aviões e mais de três mil pessoas morreram.

É verdade que muitas pessoas e nações se alegraram com esse fato, sendo os mais eufóricos os americanos que fizeram celebrações nas ruas de várias cidades.

Mas vale perguntar: O que vai mudar? Não surgirão outros Bin Laden, outros terroristas?  Não surgirão outros para provocarem os mesmos crimes ou ainda piores? Na verdade já deve haver um substituto a altura do eliminado e que poderá causar dores e tragédias tão grandes ou ainda maiores.

Gostaria muito de afirmar que nunca mais surgirão novos terroristas, que os direitos humanos não serão violados, que nunca mais outros inocentes serão assassinados, nunca mais jovens morrerão nas guerras insanas motivadas por orgulho, vaidade, avareza, desejo de poder e controle. Gostaria de afirmar que nunca mais crianças serão abandonadas nas ruas, no lixo, nas calçadas e que nunca mais os seres humanos terão os seus diretos, de viver uma vida com dignidade, cerceados pelos poderes instituídos.

No entanto o que mais me preocupa é o direito recebido, não sei de quem, para um homem matar outro homem. Esta insana execução me faz perguntar: “Tem o homem autoridade de matar outro, por pecados, erros, violações de direitos que ele mesmo pode cometer?”. Será que os Estados Unidos fez foi justiça ou mera vingança?

Não quero ser tomado como um louco ou alguém que era seguidor de Bin Laden. Longe de mim! Mas usando esse “exemplo para o mundo” quero pensar sobre o que Deus diria sobre tal execução?

Deus disse e dia ainda, não matarás!
Por quê? Não será por ser algo abominável atentar contra a vida de um outro ser humano? Caím foi o primeiro assassino. Ele não tinha os mesmos motivos de Osama ou mesmo dos Estados Unidos, mas matou seu irmão, aliás, o único irmão. No entanto o próprio Deus não autorizou a execução de Caím, mas de alguma forma o protegeu colocando uma marca para que não fosse ferido de morte.

Estaria Deus sendo conivente com erro de Caím?
De forma nenhuma! Caím já estava condenado. Uma culpa o consumia a ponto de afirmar que já não podia suportar. Viveria como um fugitivo na terra, alem de ser vitima de si mesmo pela sua própria auto-condenação que o levava a se esconder da presença de Deus.
Já não era condenação suficiente? Deus não autorizou a pena de morte para Caím, mas disse: “Assim qualquer que matar Caím será vingado sete vezes mais”.

Estas palavras me fazem sentir um arrepio, pois é possível que hoje mesmo Deus tenha dito aquelas mesmas palavras contra aqueles que mataram Bin Laden. Não a seus executores propriamente ditos, mas aos que impuseram e exigiram tal ação. Deus nunca violará seus mandamentos, Ele nunca apoiará os assassinatos, pois será um “sujo matando um mal lavado”. Ele continua dizendo ainda hoje: “Não matarás”.

A execução de Bin Laden foi o veredicto do tribunal dos homens.
Como seria Bin Laden sendo levado a Jesus Cristo aqui na terra? Vamos imaginar essa cena. Seus acusadores diriam: “Este homem foi apanhado violando direitos humanos, matando seus compatriotas por não concordarem com sua maneira de governar. Encontramos provas incontestáveis de que ele matou mais de três mil pessoas inocentes de uma só vez e a nossa nação exige que seja morto. O que tu dizes sobre este caso?”.
Jesus se levantaria da sua cadeira e diria: “Eu concordo que a lei seja respeitada e este homem morto pelos seus crimes. Mas quero, no entanto, que os executores sejam pessoas que nunca violaram nenhum direito humano, nunca provocaram nenhuma morte de espécie nenhuma. Que nunca promoveram a injustiça em seus governos, nunca enviaram seus soldados para morrerem em guerras injustas e com fins escusos. Quando encontrarem tais homens os reúna e os faça cumprir tal sentença de morte”. Todos ali sairiam de fininho, e olha que estariam ali grandes figuras, presidentes, ministros, chefes de estados, religiosos, lideres de grandes religiões. As televisões do mundo os mostrariam saindo de “rabo entre as pernas”.

Jesus em seguida falaria a Bin Laden: “Onde estão seus acusadores?”. Ele responderia: “Foram todos embora? Então Jesus diria: Vá, mas nunca mais mate outro ser humano, nunca mais viole os direitos humanos, nunca promova o terrorismo, pois o tribunal que enfrentarás é justo. Enfrentarás o justo juiz e dele não escaparás”.

Osama Bin Laden foi assassinado!
Os que o condenaram como um assassino agora se tornaram como ele, ou seja, já temos novos “Bin Ladens entre nós”.
Tal execução não foi e nem será uma grande vitoria contra o terrorismo, mas contribuirá para que o ódio, a vingança sejam alimentados e mais “Osamas” surjam promovendo maiores atrocidades das que já foram praticadas pelo primeiro.

Deus não mudou e ainda afirma: Não matarás!
A minha, a sua atitude como discípulos de Jesus para com os executores de Bin Laden deve ser a mesma de Jesus – “Perdoa-lhes Pai, eles não sabem o que fazem!”.


Tomaz de Aquino

São Luis, 04/maio/2011