terça-feira, 3 de maio de 2011

A unidade no Reino de Deus


(Jo.17;1-25)

Este é um dos momentos mais cruciais da vida de Jesus Cristo. Logo seria preso e entregue as autoridades romanas para que fosse crucificado. Mesmo na maior angústia da sua alma, Jesus teve forças para uma conversa com o Pai sobre sua tarefa na terra e sobre seus discípulos que ficariam para dar continuidade na edificação do Reino de Deus.

O ponto alto desta conversa é o alvo desejado por Jesus para seus discípulos: “para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti” – A Unidade.  Esta tão alardeada unidade que não aprendemos ainda a desenvolver se tornou uma utopia evangélica.

Por que não a temos?
Primeiro porque nós mesmos configuramos o tipo de unidade que devemos desenvolver: Uma só igreja, um só rebanho em um só lugar. Uma mesma visão. Sim! Esta visão é utópica. Com tanto narcisismo entre nós quem abriria mão do seu posto, da sua visão ou mesmo dos seus sonhos?
Segundo porque não descobrimos que a unidade desejada por Jesus está feita, basta desenvolver os elementos que o próprio Jesus nos legou para sermos um.

A verdade bíblica é que já somos um. Jesus fez tudo para essa unidade. Sua oração já foi ouvida. Não a unidade do espaço físico, do mesmo nome na placa, da mesma crença teológica. Não! Creio que isso nunca teremos. É fundamental, portanto deixar claro o que é que nos faz se já o somos.

O que nos faz um?

Temos a mesma revelação, o nome de Jesus (v,6).
O nome que está acima de todo nome e que todo joelho se dobrará no céu e na terra.
O único nome pelo qual importa que sejamos salvos.
O nome diante de quem obedecem as enfermidades e os demônios.
Jesus, o Cristo de Deus, o filho do Deus vivo.
Nós somos um com todos aqueles que têm a marca de Jesus.

Temos a mesma palavra (v,8).
Não há várias palavras de Deus, mas uma só palavra. A sua palavra jamais passará.
Há muitas vozes humanas, mas há uma só voz de Deus. O problema é que criamos as nossas próprias palavras, nossas próprias crenças e interpretações. Em busca do sucesso, do reconhecimento humano buscamos novas revelações que satisfaçam nossos ouvintes (2 Tm 4:3,4).

Temos a mesma oração sobre nós (v,9-11, 20,21).
Quando Jesus orou foi tanto pelos seus discípulos daqueles dias quanto pelos que haveriam de crer depois. Você acha que há possibilidade da oração de Jesus não ter sido ouvida?
Termos a mesma oração significa que temos o mesmo intercessor, o mesmo advogado (1 Jo. 2;1)

Temos a mesma proteção (v,11)
Todos recebemos pela oração de Jesus a mesma proteção. Que proteção? A proteção do nome do Pai. Nossa proteção não é humana, mas divina. Não é um homem igual a nós que protege as nossas vidas, mas o próprio nome do Pai – aquele que é tudo em todos (Ef.3:14,15).
Se o Senhor não guardar quem nos guardará?
Se o Senhor é por mim quem será contra mim?

Temos a mesma missão (v,18).
Este é um grande privilégio. Fomos enviados por Jesus na mesma missão que o Pai o enviou.
Temos dois problemas: O Primeiro problema é que não estamos satisfeitos com essa missão e criamos a nossa. O segundo problema é por falta de entendimento sobre a missão ela virou um fardo pesado.
O que Jesus fez que nós podemos fazer? Jesus fez discípulos ensinando e vivendo o evangelho do reino de Deus.

Temos a mesma glória (v,22).
Penso que a igreja dos nossos dias não descobriu tal privilégio, ter de Jesus a glória que o Pai deu a Ele. Por isso corremos atrás de outras glórias – a glória de ser a maior denominação. A glória de ter o maior templo, a melhor metodologia, a maior igreja.
Que glória é essa que Jesus fala? (Jo.1:14). É a glória do Pai. Jesus nos deu a glória de Deus para que o mundo veja em nós, Deus.

Temos o mesmo amor (v,23).
Somos amados do Pai com o mesmo amor com que Ele amou Jesus. Esse amor não o livrou das dores, das ofensas, das mentiras, das provocações, das angústias e muito menos da cruz. Mas esse mesmo amor o trouxe de volta à vida ressuscitando-o dos mortos.

Já temos a unidade tão desejada. Nossa dificuldade é vivê-la. Nós criamos a nossa própria palavra, nossas próprias orações, nossas próprias proteções e coberturas humanas, nossa própria missão, nossa própria glória.

Somos um quando vivemos sob a mesma revelação, sob a mesma palavra, quando temos o mesmo intercessor, quando estamos debaixo da mesma proteção, quando desenvolvemos a mesma missão, quando expressamos a mesma glória e quando recebemos e oferecemos o mesmo amor com que Deus nos amou.

O desejo de Jesus é que sejamos um e Ele mesmo já nos deu tudo que precisamos para tal unidade. A unidade é Jesus em nós, Deus em Jesus, logo Deus em nós (v,22,23). A unidade é Jesus visto em nós, Deus visto em Jesus o que implica Deus visto em nós.

Aleluia!!!